Thursday, July 5, 2012
JORGE CINE AMADO NO LABRFF 2012
JORGE AMADO NO CINEMA
Uma viagem no tempo para investigar um antigo caso de amor
No ano que se comemora o centenário de Jorge Amado, um dos mais importantes escritores brasileiros, o LABRFF recebe a mostra Jorge Cine Amado. Eu tive a honra de ser convidada para trazer a Los Angeles, não apenas os filmes, mas também as histórias desse antigo caso de amor de Jorge Amado com a sétima arte.
Nesse encontro, acadêmico e ao mesmo tempo com a informalidade e o calor típicamente brasileiros, convido a todos para um breve viagem nos tempos do cinema de Amado. Aos convidados, segue um pequeno teaser do nosso “roteiro de viagem”.
1977 – Cine Bahia, Salvador
Glauber Rocha documentava a pré-estréia do longa-metragem “Tenda dos Milagres” dirigido por Nelson Pereira dos Santos e adaptado do livro homônimo de Jorge Amado.O escritor aparece abraçando a cineasta Tizuka Yamasaki, na época assistente de direção de Nelson enquanto os salões do cinema fervilhavam com convidados, cineastas e intelectuais. A seqüência entraria no filme JORJAMADO NO CINEMA, no qual Glauber anunciava o que eu viria a descobrir anos depois: o cinema fazia parte inseparável da vida e da obra de Jorge.
1995 – Feira de Santana
O cinema brasileiro vivia seu período de retomada. Eu tinha então 18 anos e dava os primeiros passos na minha carreira cinematografica, da qual Jorge Amado, meu avô, meu confidente, foi um grande incentivador.
Cacá Diegues filmava “Tieta do Agreste” e recebeu o escritor no set para uma participação especial no filme. Foi neste encontro, em Feira de Santana, que Jorge me deu a pista que faltava para entender sua relação com o cinema: ele revelou que, quando jovem, seu grande sonho era ser cineasta.
1976 – Largo do Pelourinho
Três equipes de filmagem se esbarravam nas ruas de Salvador. Marcel Camus adaptava Pastores da Noite” no filme “Otália da Bahia”, Nelson Pereira dos Santos filmava “Tenda dos Milagres” e Bruno Barreto dirigia seu “Dona Flor”. Nessa época eu também estive nos sets, desta vez na barriga de minha mãe, mas ouvi tantas histórias... Um grande gerador veio da França de navio para o filme francês. Uma buzina apitava forte e Marcel Camus gritava “Moteur!”. Enquanto isso, o cineasta chileno Jorge Duran, na época assistente de Barreto, anunciava no megafone com forte sotaque espanhol “Silencio, vamos a empezar” . Nelson Pereira, por sua vez, entrava ele próprio batendo palmas e pedia “Silêncio por favor que vamos rodar”, um silêncio sepulcral se fazia no set e ele comandava: “Ação!”.
2008 – Cidade Baixa, Salvador
Trapiche, cenário principal de “Capitães da Areia”, chegou então a minha vez de falar “Ação!”. Herdei do meu avô o sonho da sétima arte e portanto foi mais do que natural adaptar um livro seu na minha estréia na direção de filmes de longa metragem. Capitães da Areia foi também o objeto de desejo de muitos cineastas e o livro da juventude de milhões de brasileiros. Um romance arrebatador e extremamente cinematográfico. A equipe de “Capitães da Areia”, por sua vez, também cruzou com a equipe de “Quincas Berro d’Água”, filme de Sérgio Machado, pelas ruas de Salvador, repetindo o feito de 1976.
Seria uma nova safra de adaptações, ou a perpetuação do antigo caso de a
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